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Investidor Brasileiro Troca Risco por Segurança e Faz Renda Fixa Disparar
Com Selic a 15% e inflação sob controle, fundos e títulos isentos lideram captação
Os livros-texto de investimentos recomendam que o investidor divida seus recursos entre renda fixa e renda variável. Quando os juros caem e as aplicações em renda fixa rendem menos, a bolsa costuma subir, compensando o retorno menor dos títulos. Na prática, porém, o comportamento do investidor brasileiro nem sempre segue essa lógica.
Dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) indicam que, em setembro, os fundos de investimento registraram captação líquida de R$ 20,1 bilhões, acumulando entrada de R$ 110,9 bilhões no ano.
A maior parte dos recursos foi direcionada para os fundos de renda fixa, que somaram R$ 42,9 bilhões, o segundo melhor resultado mensal de 2025, atrás apenas de janeiro, com R$ 46,5 bilhões. Confira a evolução abaixo.
Os juros persistentemente elevados, inclusive nas aplicações em títulos públicos, estes, isentos de risco de crédito, têm sustentado a forte preferência do brasileiro pela renda fixa. Há duas explicações principais para esse movimento.
O papel da Selic
Segundo a edição mais recente do Boletim Focus, divulgada na última terça-feira (13), a projeção para a taxa Selic ao fim de 2026 é de 12,25%. Apesar da expectativa de queda gradual, as taxas reais devem continuar elevadas, acima de 6% ao ano. Atualmente a Selic está em 15%, e o Banco Central já deu sinais de que ela não deverá ceder neste ano.
Com isso, uma rentabilidade considerada segura e previsível segue atraindo recursos que, em outros momentos, poderiam ir para a bolsa. Para Luciano Telo, CIO do UBS Global Wealth Management no Brasil, o investidor tem demonstrado forte interesse pela renda fixa, especialmente diante do patamar elevado dos juros.
Em 2025, com a inflação projetada abaixo de 5% e os juros de curto prazo próximos de 15%, o cenário favorece o segmento. A relação entre risco e retorno é considerada uma das mais atrativas dos últimos anos, já que é possível obter ganhos reais expressivos com baixo risco.
A isenção de impostos em alguns títulos, como LCIs, LCAs e debêntures incentivadas, amplia ainda mais o apelo. O estrategista do Santander, Arley Matos da Silva Júnior, reforça que, com os juros elevados, a renda fixa segue como uma das principais preferências de alocação, sobretudo em produtos atrelados ao CDI.
“No cenário atual, o investidor encontra produtos que combinam retorno, com rendimento acima de 1% ao mês bruto de Imposto de Renda, segurança, com baixo risco, e alta liquidez”, afirma Silva Júnior, do Santander.
Ele observa que, apesar da alta das bolsas no ano, o fluxo intenso de notícias que geraram cautela entre os investidores, no Brasil e no exterior, reforçou a busca por ativos conservadores.
Selic alta x demanda por renda fixa
Com a Selic a 15%, Telo, da UBS Global, afirma que o investidor vem apostando em pós-fixados, estes de curto prazo e muito próximos da taxa básica de juros da economia brasileira, bem como títulos prefixados e atrelados à inflação.
Esse movimento é impulsionado pelos juros ainda muito acima da inflação e pela percepção de que cortes relevantes na Selic não devem ocorrer no curto prazo. Mesmo ativos originalmente indexados à inflação, como debêntures de infraestrutura, têm sido alvo de operações que convertem seu rendimento para o pós-fixado.
Entre os investidores de maior patrimônio, a preferência é ainda mais evidente. Como os volumes aplicados são elevados, uma taxa de juros alta já garante rentabilidade satisfatória e reduz o apetite por risco.
Quais produtos de renda fixa são os mais procurados?
Por ordem de preferência, os investidores têm buscado, segundo Telo, títulos isentos e fundos de títulos isentos de curto prazo, debêntures e fundos de debêntures de infraestrutura, além de fundos de crédito e fundos ativos de renda fixa. “As duas primeiras modalidades estão em alta, principalmente pela isenção de impostos”, destaca o executivo.
Silva Júnior, do Santander, também ressalta que os produtos livres de tributos, como LCIs e LCAs, continuam entre os mais demandados. “O crédito privado tem se destacado, seja por meio de CRIs, CRAs ou debêntures incentivadas, além dos fundos de crédito. Já os CDBs seguem representando parcela relevante das carteiras, especialmente como reserva de emergência.”
As posições em prefixados e títulos atrelados à inflação também ganham espaço quando o investidor avalia que as taxas de longo prazo estão elevadas ou próximas de iniciar um ciclo de queda. “Um título do governo com vencimento em 2035, por exemplo, remunera com inflação mais 7,7% ao ano, patamar elevado para os padrões históricos do país”, avalia Telo.
Esse movimento reflete tanto a expectativa de queda gradual da inflação no Brasil quanto o início do ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos, fatores que tendem a favorecer moedas e ativos de renda fixa de mercados emergentes, como o Brasil. Ainda assim, o ambiente fiscal doméstico segue como um ponto de atenção, podendo influenciar a trajetória dos juros e do câmbio.
Entre os investidores de alta renda, a dinâmica é semelhante. Eles acessam os mesmos produtos disponíveis ao público em geral, como títulos isentos e debêntures de infraestrutura, mas também participam de emissões de nicho, voltadas a grupos restritos.
Perspectivas
A projeção para o fim de 2025 e início de 2026 é de uma redução gradual das posições pós-fixadas e avanço dos investimentos em ativos prefixados e atrelados à inflação.
Segundo o UBS, o início dos cortes de juros nos Estados Unidos tende a beneficiar os ativos de renda fixa de mercados emergentes. Se o cenário externo permanecer estável e o ambiente fiscal interno controlado, a expectativa é que, até o fim do primeiro trimestre de 2026, esses papéis apresentem desempenho superior aos pós-fixados.
A tendência já começa a se consolidar ao longo de 2025, mesmo com a Selic ainda em patamar elevado.
Qual é a leitura da foto?
O apetite do brasileiro pela renda fixa continua forte, sustentado pelos juros altos, inflação sob controle e incertezas no cenário global.
Enquanto o retorno real continuar elevado, a preferência pelo conservadorismo tende a se manter.
Porém, com a esperada normalização da política monetária e a redução dos juros nos próximos trimestres, a tendência é a de que o investidor deverá, gradualmente, voltar a considerar prazos mais longos e diversificação maior em suas carteiras.
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