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Brasileiros não valorizam líderes com foco em resultado e planejamento
Paternalismo ainda é muito apreciado e geração X é maioria na liderança
O Observatório de Multinacionais Brasileiras da ESPM, em parceria com o Grupo DMRH, realizou uma pesquisa inédita para entender o que os brasileiros esperam de seus líderes. Participaram do estudo 1051 executivos que atuam em diversos setores empresariais, 65% em cargos de liderança, distribuídos em mais de 24 cidades brasileiras. Dentre os pesquisados, 87% dos respondentes atuam em empresas privadas e 57% são homens.
"O primeiro ponto que chama a atenção no estudo, o qual já temos pleno conhecimento, é o fato de existir uma enorme lacuna em relação a homens e mulheres em cargo de liderança. Quando falamos de líderes de equipe, ou seja, gestores de pessoas sem subordinados, notamos uma diferença entre gêneros de 123%. Quando observamos os líderes de gestores, que possuem subordinados, a diferença aumenta para 236%", ressalta Gabriel Vouga Chueke, coordenador do Observatório de Multinacionais Brasileiras da ESPM.
A pesquisa aponta que os comportamentos mais esperados pelos brasileiros em seus líderes estão relacionados à orientação para o grupo. Em primeiro lugar, o estilo mais valorizado é do integrador, característica do líder que possui um olhar voltado para o outro, que estimula o trabalho em equipe e que gerencia conflitos em um clima fraternal e colaborativo. Em segundo lugar, aparece o poder de persuasão, o carisma, a diplomacia e a habilidade de inspirar outras pessoas. Em terceiro lugar, para o brasileiro o líder deve ser engajado, ou seja, amigável, acessível, generoso, acolhedor, colocar em prática as sugestões da equipe, preocupando-se com a qualidade de vida de seus colaboradores. Por fim, em quarto lugar, o líder deve deixar claro os seu propósito, ter uma boa capacidade de comunicação, ter habilidades de criar e coordenar times.
"Espera-se que o líder seja integrador, estimule o trabalho em equipe, gerencie conflitos, seja generoso, amigável, inspirador e coordene times de forma eficaz esclarecendo o papel dos membros da equipe e estabelecendo metas e ações para todos. Mas e o foco no desempenho, onde fica? Em termos de valores, o foco no desempenho não é tão importante para o brasileiro quanto os aspectos relacionais. Não gostamos de ser pressionados por melhores resultados. Tampouco acreditamos que saber esperar por resultados e planejar seja tão importante quanto o foco em relacionamento", explica o coordenador do Observatório das Multinacionais Brasileiras da ESPM. A pesquisa aponta que o segundo aspecto menos valorizado em um líder é o foco em resultado e o terceiro, a ênfase no planejamento.
Ainda, vale destacar as diferentes percepções entre líderes e liderados. A pressão por resultados, por exemplo, é mais tolerável para aqueles em cargos de liderança. Os liderados ou colaborados enxergam a pressão por resultados como um aspecto "não tão positivo", pondera Chueke. Quando se observa a diferença de gênero nestas questões, a mulher valoriza mais o empoderamento e o engajamento, por sua vez, o homem valoriza o foco em resultados.
Chueke aponta também um outro aspecto cultural predominante no Brasil, pois "reclamamos de nossos governantes, mas ao que parece, temos em nosso DNA uma herança cultural relacionada ao paternalismo e pouca ênfase na meritocracia. Essa herança permeia entre os diferentes tipos de organização, sejam elas governamentais, não governamentais, empresas privadas ou qualquer outro tipo". Ao mesmo tempo, o pesquisador aponta um paradoxo, porque chama atenção no estudo a questão do empoderamento. "Apesar desse termo estar presente no discurso cotidiano das grandes empresas, os valores identificados pelo estudo apontam que empoderar é importante, mas nem tanto. Isso talvez se deva ao fato de que empoderar nos remeta a ideia de dar autonomia. Mas como podemos conceder autonomia e sermos meritocráticos numa cultura relacional e paternalista? Difícil missão", analisa.
Apenas 4% da amostra é composta por pessoas negras e, pardos, são 13%. A maioria da raça branca representa 77%.
Entre os líderes de gestores, a sua maioria, 56%, são da geração X, de 32 a 48 anos, seguidos pelos Baby Boomers (33%), que são pessoas com idade entre 49 e 67 anos. Nesta posição, a geração Y, entre 26 e 31 anos, ocupa 10% dos cargos e a geração Z, apenas 1%, que são jovens entre 14 e 25 anos.
Experiência no exterior faz parte do currículo de apenas 36% dos respondentes, sendo que deste total, apenas 7% passaram mais de três anos no exterior e, também 7%, de um a três anos.
Para o coordenador do Observatório de Multinacionais Brasileiras, a questão a ser desvendada consiste em manter o lado positivo de nossa cultura, mas ao mesmo tempo ser mais eficiente em termos de organização e entrega de resultados. "Precisamos absorver os dissabores da delegação e orquestrar pessoas ao invés de liderá-las", conclui.
Metodologia de pesquisa
Os dados foram coletados entre março e setembro de 2015 e foram realizadas duas grandes ondas de coleta de dados, uma com caráter de pré-teste e, outra com o instrumento final, após ajustes.
Os dados coletados foram analisados por três pesquisadores com experiências em técnicas estatísticas. Utilizou-se técnicas univariadas e multivariadas para analisar os dados de forma exploratória e também foram realizados teste de média t e ANOVA. Adotou-se os softwares SPSS e Excel para analisar dados.
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